
Os títulos de rei da música, de estilos,
de uma determinada profissão ou esperto podem ser discutíveis, mas o rei do
soul é indiscutivelmente Solomon Burke, como ele mesmo se
proclamou. Infelizmente não tinha em meus círculos de amizade ou na
família alguém que me orientasse e me indicasse os grandes nomes do Blues
e Jazz, que tanto me interessavam, e ficava
atrelado a nomes famosos como Ray Charles, Lowe
Armstrong,
e outros gatos pingados, o que a maioria conhecia. Só depois de conseguir
acesso à internet e ter comprado o livro 1001 discos para ouvir antes de morrer
para ter uma base para novas descobertas, foi que me deparei com essa joia de
1953, Solomon Burke: Rock'n'Soul, e de quebra conheci o rei das soul
music.
Você ouve e parece estar num pub, tomando
uma bebida, num ambiente escuro, onde toda a iluminação e atenção estão no
palco à sua frente, onde um homem de vinte e poucos anos faz um espetáculo ao
piano, acompanhado de becking vocals,
e lhe garantindo uma ótima experiência, que lhe perseguirá durante toda a sua
vida. Mas o som de Solomon Burke nasceu nas igrejas, então que
seja, o que importa é ouvir suas canções, regravadas por seus fãs, que vão de Rolling
Stones
à Eric
Clapton
são músicas que nos transmitem alegria e tristeza, nos fazem ter realmente a
sensação de possuir uma alma, como o próprio estilo denomina.
Nascido em 21 de Março de 1940 na Filadélfia,
podemos perceber a religiosidade de sua famíliaem muitas facetas de sua vida,
a começar pelo nome bíblico Salomão, era uma figura presente na
comunidade católica e tinha 21 filhos. E o estilo gospel pode ser encontrado em
suas músicas, algumas delas verdadeiros hinos. Não à toa um dos seus apelidos
era Bispo
do Soul. Estreou sua carreira musical com 15 anos, mas antes disso já
trabalhava em rádios ligadas à igreja, e dono de uma voz potente, logo foi
descoberto por algum empresário sortudo e de bom ouvido. Mas foi o álbum Rock'n'Soul
que me fez um fã de sua música.
Muitas faixas desse trabalho de 1964 conseguiram
ótimas colocações nas rádios.12 músicas, todas elas muito boas, que você pode
ouvir direto e notando que uma é melhor que a outra, sem exagero. Ele começa se
despedindo com Godbay Baby, uma canção que te faz voltar
no tempo, e logo na segunda faixa temos um dos maiores sucessos da carreira do Bispo
do Soul, Cry to me, regravada por diversos cantores. Interpretava as
músicas com muito sentimentos e o acompanhamento era digno de um rei. Músicas
alegres, como Won’t to give him (onde more chance) e You can't love tem all te
fazem assobiar, e o disco ainda tem outras preciosidades, como Just
out of reach, Someone to love, Can't
nobody love you e por aí vai.
Ele não foi apenas uma estrela do passado,
antes de morrer em 2010, com 70 anos, ele ganhou um Grammy de melhor álbum de
Blues
em 2003, por Don't give up on me, com letras de vários artistas de sucesso
feitas exclusivamente para o álbum. Conhecer a música de Solomon foi um presente,
e espero que muitas pessoas tenham essa experiência. Caso não conheça, vale a
pena procurar e se aprofundar, ele é uma ótima porta de entrada para o mundo do
Blues,
Jazz
ou Soul.
Com ele conheci Fats Domino, comecei a gostar de Blue
Brother
e adentrei outros estilos de música, sempre de mente aberta e conseguindo ter
prazer em ouvir músicas que antes não entendia como outras pessoas conseguiam
gostar. Agora não entendo como existem pessoas que não gostam.
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