
Considero Marvels a forma mais legal de como
visualizar o universo de super-heróis se ele realmente existisse. Considerado
um grande clássico, divisor de águas no quesito ilustrações para quadrinhos,
quem já leu irá concordar comigo. Isso tudo devido à arte super-realista do
grande artista Alex Ross, que sempre presta uma
homenagem à era de ouro dos quadrinhos com suas ilustrações que mais parecem
fotos tiradas por ângulos de terceiros, que estão acompanhando os
acontecimentos. Ross utilizou modelos vivos (em especial seu próprio pai) para
desenhar e colorir cada página desse primoroso trabalho, mais reverenciado
pelas lindas imagens do que pela história. Mas convenhamos, a história também é
muito legal.
Com base nas capas clássicas de histórias
famosas da Marvel, essas mesmas histórias vão sendo contadas na ótica de
um jornalista que estava presente em todos esses eventos. De seu ponto de
vista, um mero mortal em meio a um mundo de mutantes e seres extraordinários,
tem sua versão dos fatos narradas como um observador, ao mesmo tempo em que ele
explica com suas palavras o que ele entendeu de cada acontecimento.
O que era para ser uma releitura da origem dos
heróis conforme ocorreram na década de sessenta, Kurt Busiek deu a ideia de
recontar esses fatos pela ótica do foto jornalista Phil Sheldon, que vai narrando
os fatos que fotografa e seus sentimentos perante esses heróis e vilões. Esses
sentimentos vão de idolatria ao temor, causado por medo do desconhecido e pela
impotência contra seres tão poderosos.
Cada edição abrange um período do trabalho de Phil
Sheldon,
a começar pela cobertura da criação de um androide capaz de se autoinflamar e
voar (o Tocha Humana original) e depois da
aparição do príncipe submarino Namor, um ser do oceano com grandes
poderes, que ameaça os seres da superfície, tudo isso em meio a Segunda Guerra
Mundial. Phil consegue tirar algumas fotos do embate dos dois, e gera estranheza
quando, anos depois, os dois se unem ao recém-surgido Capitão America,
idolatrado pelos americanos, para derrotarem as forças do eixo.
Na época esse trabalho gerou grande euforia, o
que fez as editorias buscar artistas que conseguissem copiar o estilo de Ross,
que acabou influenciando diversos outros desenhistas. Logicamente Ross
foi incumbido de fazer o mesmo com a DC Comics, mas ele precisou
inovar para que seu trabalho na DC não fosse considerado uma simples
cópia de Marvels e dessa forma surgiu o Reino do
Amanhã.
Postagem futura garantida.

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